Maysando.

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O amor é também muitas vezes uma espécie de estado sentimental.
Extremamente psicanizado, puramente espiritual.
É por isso então que eu evito a palavra.. amor!

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Maysando.

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Se assumir.
Hoje em dia a coisa mais fácil do mundo é não ser.
Você foge.
A gente passa a vida inteira fugindo de uma necessidade de ser, então é mais fácil não ser.
A gente usa as palavras indiotamente, imbecilmente, você já pensou em não falar?

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Axônio

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Quero a sorte de um amor bandido
Aquele que por mais que tentamos, não esquecemos
O mais canalha
Quero beijos doces com sabor de chocolate amargo
Molhados, vadios
Quero seu corpo quente, teso, sossegado
Suas pernas envolta das minhas numa tarde fria
O balanço de nós dois na rede
O vai - e - vem
Quero uma flor, uma dor
O doce Amor
Querer nunca é demais, mas, o demais as vezes é pouco.

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Rodrigo Leite
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Jornalistas?

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Respeitável público! Irá começar o espetáculo. O mágico tirará de sua cartola frases bem elaboradas, a trapezista fará seus passos em cima de vírgulas, o palhaço brincará com os acentos e de longe, avistaremos o Pingüim, comendo o próprio trema. E eis que surge o grande responsável por esse espetáculo: o jornalista.

Essa profissão, que vive a trancos e barrancos não é tão nova quanto se imagina. O primeiro jornal regular de que se tem notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I de nossa era. A publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, trazendo a listagem de eventos ordenados pelo Ditador. Na Roma Antiga e no Império Romano, a Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos. O primeiro jornal em papel, Notícias Diversas, foi publicado como um panfleto manuscrito a partir de 713 d.C., em Kaiyuan, em Pequim, na China.

2009. Todos nós, jornalistas ou futuros, nos deparamos com um dilema. Diploma de jornalismo, necessário ou dispensável? Hoje, quarta feira dia 17, O STF decidiu por oito a um que o diploma não é necessário.

- “Um absurdo. A profissionalização é o diferencial de qualificação. Como o médico, o odontólogo, o jornalista que se dedica a estudar sobre a prática/ética deste ofício está mais apto a servir o social.” Diz Adriana Sangalli, jornalista formada.

De acordo com o ministro Gilmar Mendes, "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”. Quer dizer, de qual forma um excelente chefe de cozinha aprendeu seus pratos? Ele não esteve em cursos, aulas, ou com mestres da culinária? Simplesmente retirou a receita da internet e a fez? A faculdade não nos ensina a escrever. Isso é um fato. Escrever é uma arte, nascemos com esse dom. Mas, a faculdade o aprimora, nos ensina a pensar, debater, ouvir, raciocinar. Aprendemos ética e teorias políticas. Muitos consideram a melhor etapa da vida. Outros, que já estão trabalhando, sentem falta e dizem que poderiam ter aprendido muito mais. E de repente, o STF abre um vácuo na vida de futuros ou atuais jornalistas.

Sem querer desmerecer outras profissões, bastaria, na concepção do STF, estudar leis para ser um advogado? Ou para ser um bom engenheiro bastaria entender de cálculos e desenhos?

Muitos concordam que em vez de haver a retirada do diploma, a valorização da profissão é mais necessária. O profissional sofre a cada dia com piso baixo, falta de direitos básicos, o não cumprimento da carga horária pelos patrões e vários outros problemas que com o tempo se acentuam.

“Os novos jornalistas se formam pela televisão e esquece de que o que diferencia um bom e um mau jornalista é o senso crítico. É preciso ao invés de discutir a formação, deveria se discutir uma forma de se formar jornalistas mais inteligentes.” Finaliza Jaime Neto, jornalista atuante.

Derretendo Satélites

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Desta janela encoberta de neblina
Avisto seus brilhos solares atravessando a rua
Escondendo das lentes ofuscantes do sucesso
Seus passos decididos partiam em rotas inexistentes

Por um segundo, senti o bater ritmado do seu coração parar.
Como se o mundo parasse, se o ar faltasse.
Instantaneamente o universo retrocedeu duas décadas de evolução
Depois acelerou tão ferozmente que estrelas colidiram
Escuridão silenciosa fez em seu breve penar

Deste labirinto tortuoso que descrevo meus dias de exílio.
Observo, assustado, o correr natural de seus dias simples.
Como a um terremoto seus passos chocam com astros distraídos.
Destruindo o pouco de paz existente nos cosmos
Volte!

Por um breve instante, minha vida misturou-se com a sua.
Meus tristes relatos, observados com minhas vistas cansadas de esperar
a paz roubada, no instante que colidiu sua rota em meus dias cinzas
Os deuses festejaram a descoberta de uma constelação.

Deste quadro abstrato que minhas retinas incansavelmente entorpecem
Procuro vestígios palpáveis para reencontrar seus braços
Eu, vagando entre o real e o imaginário, suspiro a cada sonho.
Contrabandeando sorrisos puros a cristalizar nostalgicamente a vida

Desta caverna sombria a qual observo tudo contra a luz
Vejo-te flutuar pelo salão principal, deslumbrante e bela.
Ignorando as luzes ofuscantes, vejo apenas seus olhos brilhando,
no escuro opaco, reluzente luas prateadas em noites de euforia
Seu sorriso derretia satélites e corações gelados.

Caio Fernando Abreu

Marinheiro vai, Marinheiro vem..


Ah, meu Marinheiro
Desceu de um barco cor anil
Com um jeitinho tão faceiro
E porte tão viril!

De sorriso tão gostoso
Aspecto sereno
Ah, meu moreno
Sempre tão fogoso!

Marinheiro vai, marinheiro vem...

Um amor em cada porto
Encantando corações
Despertando emoções
Ah, esse moço traz tanto conforto!

Ah, essa paz...
Que esse sorriso me traz!
Ah, tanto prazer...
Que esse corpo a de prover!

Marinheiro vem, Marinheiro vai...

Temos pouco tempo para amar
O barco já vai zarpar
Amor vamos fazer
Até o dia amanhecer!

Já está a sua espera o barco de papel
Com destino a torre de Babel
E com um beijo interminável
Despeço - me de alguém tão agradável...

Marinheiro vai, Marinheiro vem...

Rodrigo Leite

Um táxi pra Bahia!




A risada mais gostosa
A conversa interminável
Disso restou uma saudade inenarrável

De uma companhia saudosa

Vou pegar uma táxi pra Bahia
Vou pra terra de Gabriela
Não pra vadiar, não pra putaria
Quero apenas estar com ela

Meu tio lá fora, pesca o peixe
Mainha prepara a panela
Maninha está na janela
A espera de um feixe.

E ela está sorrindo
Bela, como só ela sabe ser
Acordo desse sonho tinindo
Que um dia, isso possa acontecer


Rodrigo Leite para Keylla ;)