"Oh! Como teria gostado de passar meio dia ajoelhado a teus pés, com a cabeça sobre teus joelhos, contando-te meus pensamentos com lassitude, com arrebatamento, as vezes sem dizer nada, mas pressionando meus lábios contra teu vestido!...Oh, minha muito amada Eva, dia dos meus dias, luz das minhas noites, minha esperança, minha adorada, minha absoluta amada, meu único amor, quando poderei ver-te? Será uma ilusão? Será que te vi? Sim, deuses! Como amo teu sotaque, apenas um pouco carregado, tua boca gentil, voluptuosa - se me permites dize-lo meu anjo de amor. Trabalhando noite e dia para poder passar duas semanas contigo em dezembro. Devo cruzar sobre Jura coberto de neve, mas estarei pensando nos ombros alvos do meu amor, da minha amada. Ah! Aspirar o aroma dos teus cabelos, segurar tuas mãos, apertar-te em meus braços - eh dai que vem minha coragem! Alguns dos meus amigos aqui estão abismados com a imensa forca de vontade que estou revelando neste momento. Ah! Eles não conhecem minha querida, aquela cuja imagem priva o sofrimento de seus tormentos. Um beijo, meu anjo terrestre, um beijo saboreado lentamente e, depois, boa noite!"
(Honoré de Balzac para a Condessa Ewelina Hanska)